Estado, Economia e Sociedade: Discussão teórica



Apresentação:
Os textos apresentados aqui foram produzidos a partir de fichamentos de artigos.

Título:
BREVES CONSIDERAÇÕES DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO NO BRASIL

Do ponto de vista histórico, as formas históricas do Estado no Brasil e de sua administração, está dividida em períodos, com características marcantes, no qual fazendo um recorte ao longo desse período, que data de 1821-1930, 1930-1985 e 1990..., destaca-se o Estado Nacional-Desenvolvimentista, em que o regime político se deu de modo autoritário, as classes dirigentes eram formadas por empresários e burocracia pública, com administração burocrática.
A burocracia de Estado moderna, que faz parte da classe profissional, surge no final do século XIX, no entanto só vai ganhar força política nos anos de 1920. No campo político, foram os militares, especificamente os tenentes que desempenhou papel decisivo na burocracia pública. Os tenentes foram o lado militar da burocracia moderna do Estado que, a partir da revolução de 1930, começa a integrar a nova coalizão política de poder que é formada.
A lógica liberal é abandonada a partir dos anos 1930, dando lugar a intervenção do Estado, não somente como defesa contra a crise de 1929-30 nos Estados Unidos e Europa, mas pelo fato de dar continuidade a uma estratégia nacional de desenvolvimento. Nesse momento, havia a necessidade de organizar o Estado, de compor quadro de pessoal e os instrumentos capazes de desenvolver uma política nacional de desenvolvimento. Ao final dos 15 anos do primeiro governo de Getúlio Vargas, o Brasil estava experimentando um processo de revolução industrial e nacional.
No período de 1930 a 1980, a classe dirigente é caracterizada por uma forte aliança entre a burocracia industrial e a burocracia pública, o desenvolvimento econômico é uma grande marca. Getúlio Vargas ao chegar ao poder, tem a percepção de que o atraso econômico do país era em função das deficiências administrativas. Sob esse prisma, começa-se a pensar na reforma do serviço público, com a exigência de concurso público e a criação de órgãos públicos, ou seja, instala-se a reforma burocrática.
Em 1960 o país havia alcançado desenvolvimento econômico bastante significativo, em relação a 1930, dada as condições colocadas no governo de Getúlio Vargas. No período posterior a 1960 havia se instalado uma forma de recrutamento de executivos para compor a burocracia pública em sua maioria por cooptação, e não por concurso público, ou seja, começa a fazer parte da estrutura do Estado nomeações e carreira, e a rápida circulação burocrática dos chamados altos executivos, por não se fixarem em uma única agência por muito tempo, promovendo o enfraquecimento das instituições pelo fato de não haver lealdade, o que aumenta a dependência nas relações pessoais, e nesse sentido, está a relação política na mobilidade dos funcionários.
Na década de 1990 instala-se a reforma gerencial, em que torna o aparelho estatal mais eficiente, resgatando o prestígio social que perdera no período do regime militar. Atualmente o Estado brasileiro conta na esfera federal, estadual e o legislativo com uma estrutura preparada e eficiente, realizando concursos públicos.


Título:
A GESTÃO MUNICIPAL SOB A ÓTICA DOS CONSELHOS

A participação cidadã tem como foco os cidadãos como um todo, a sociedade em geral, independente da classe social, visto que conceitualmente a participação cidadã baseia-se na universalização dos direitos, numa nova compreensão sobre o papel e o caráter do Estado, colocando a definição das prioridades das políticas públicas iniciado pelo debate público. Sendo assim, a participação passa a ser gestada como intervenção social, realizada com periodicidade e de forma planejada, ao longo de toda formulação e implementação de uma determinada política pública.
Integram na democracia participativa indivíduos e grupos sociais sob o prisma qualitativo e não apenas quantitativo. Para que se tenha esse formato, faz-se necessário alcançar segmentos diferenciados, que sejam representativos das carências socioeconômicas e das demandas sociais como segmentos que necessitam de conservação para evitar a deterioração, bem como atingir grupos e agentes socioculturais que têm identidades que precisam de preservação ou aperfeiçoamento.
Nesse sentido, dentro da ótica de novas estruturas associativas no Brasil surge algumas modalidades de conselho, sobretudo de ordem municipal. Sendo assim, é a partir de da Constituição de 88 que se estabelece os conselhos de gestores setoriais nas políticas públicas. Desse modo, os conselhos gestores setoriais são uma das principais inovações democráticas no campo das políticas públicas, no qual é o canal de comunicação entre a classe política e a sociedade civil organizada.
O que é inovador por parte dos conselhos gestores, é a criação de novo padrão de relação entre Estado e sociedade, criando novas formas de contrato social, através da ampliação da esfera social pública. Tal fato ocorreu porque a dinâmica societária dos conselhos tem o poder de fortalecer os espaços de representação da sociedade civil, passando a exigir que os próprios espaço de gestão das políticas públicas fossem alargados, ampliados, pela inclusão e participação de novos sujeitos sociopolíticos.
No que se refere aos conselhos gestores nas áreas de saúde, do idoso e assistência social, estes atuam e influenciam a criação de inúmeros outras formas de conselhos institucionalizadas, como por exemplo dos distritais, conselho da bacia de determinado rio, como um conselho regional temático, conselhos de representantes de bairros e regiões, etc.
Do ponto de vista local, os conselhos municipais, distritais ou regionais possuem visibilidade e possibilidades maiores porque estão ao alcance dos cidadãos, dos munícipes que tem conhecimento da realidade que o cercam. Os conselhos com qualquer tipo de representação ou esfera tendem a despertar maior interesse na população, portanto, maior condição de tornar público suas ações, o que permite se mais eficiente.
Os conselhos têm como função controlar, realizar propostas e contribuir com a gestão. Como forma de definir os conselhos, estes não são órgãos executivos, nem substituem o parlamento, funcionam como uma instância democrática participativa.





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